sábado, setembro 09, 2006

Olha que novidade... (Parte III)

Uma situação idêntica à verificada com Luís Filipe Vieira - que, conforme o PÚBLICO ontem noticiou, escolheu o árbitro que devia estar presente nas meias-finais da Taça de Portugal, na época 2003/2004 - aconteceu com Pinto da Costa, na final da Taça da época anterior. No entanto, nessa conversa, onde Pinto da Costa sugere a Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação, a indicação do nome de Pedro Henriques, árbitro de Lisboa, o procurador de Gondomar viu indícios de crime. Aliás, foi essa uma das situações pelas quais o presidente dos azuis e brancos foi indiciado e que motivaram a sua detenção, até ser ouvido em primeiro interrogatório, em Dezembro de 2004.
Na mesma escuta, que aconteceu a 26 de Maio de 2003 e que antecedeu a final FC Porto-União de Leiria, Pinto da Costa conversou com Pinto de Sousa sobre a possível nomeação de Isidoro Rodrigues. O presidente do Conselho de Arbitragem deu-lhe conta de que a nomeação não agradava ao presidente dos leirienses, João Bartolomeu, e que este ameaçara fazer um escândalo quando soube que aquele árbitro seria o designado. "O gajo sabe que está para ser o Isidoro... e disse que a equipa não comparece, (...) que é um escândalo. (...) Se o gajo vai para lá todo f... da cabeça, estraga a festa", alertava Pinto de Sousa, sugerindo a Pinto da Costa que pensasse noutra opção.Na mesma escuta telefónica, transcrita no processo principal do Apito Dourado, o líder dos azuis e brancos apresenta outras hipóteses para o mesmo jogo. Primeiro sugere o árbitro António Costa, depois Pedro Henriques. A escolha acaba por recair no segundo, depois de Pinto da Costa entender ser aquele o árbitro ideal, por ser o primeiro classificado pelo Conselho de Arbitragem. Mas Pinto da Costa diz também a Pinto de Sousa que pode mudar o nome, se assim o entender. "Por mim, estás à vontade. Se vires que te defende mais outro, põe outro", afirmou.Anexada ao processo em Setembro de 2003, a escuta telefónica levou o procurador a entender que havia indícios de crime. Na opinião de Carlos Teixeira, aquela conversa do líder do FC Porto significava então que o dirigente estava a influenciar a escolha do árbitro e assim tentava obter benefícios para o FC Porto.Os motivos que o levaram a ter um entendimento diferente para o caso do Benfica são uma incógnita. No entanto, Luís Filipe Vieira ainda poderá vir a ser chamado nas certidões que se mantêm em investigação em Lisboa, para responder sobre a escuta ontem noticiada pelo PÚBLICO e outras obtidas no mesmo processo. Aliás, segundo o PÚBLICO soube, há mais conversas comprometedoras com o presidente dos encarnados. O interlocutor era normalmente Pinto de Sousa, cujas certidões se mantêm em investigação, mas Luís Filipe Vieira nunca foi interrogado. Entretanto, o Belenenses anunciou ontem que se irá constituir assistente no processo para tentar perceber se foi de alguma forma prejudicado - era o adversário do Benfica no jogo onde Luís Filipe Vieira recusou o nome de quatro internacionais, acabando por aceitar a designação de João Ferreira, que hoje estará no Bessa a arbitrar também o clube da Luz.Acompanha assim o Benfica, que já anunciara a intenção de se constituir assistente nas escutas que envolvem o FC Porto e Boavista, bem como o árbitro Pedro Proença, que, no ano passado, manifestou também o mesmo desejo. Parte das escutas telefónicas onde são intervenientes Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira. O primeiro caso acontece antes da final da Taça de 2002/2003 e o segundo a dois dias da meia-final de 2003/2004.
(in Público)
A História da Podridão no Futebol Português continua... agora em tons de azul...
Não vai igualmente deixar de ser engraçado ler as teorias de compreensão, daqueles que ontem estavam com o Apito na boca...

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