quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Desfalcados

Esta é uma história feita de desfalques. Antes de mais - antes do início, quase poder-se-ia dizer - de um plantel desfalcado de Ricardo, Caneira, Tello e Nani (este um "desfalque" que rendeu "só" o encaixe histórico de 25,5 milhões). Depois, um orçamento desfalcado que limitou (como sempre, ou como... nunca) a abordagem a um mercado que não se compadece com diferenças tão gritantes frente à concorrência directa. Seguiram-se os desfalques das lesões (com Pedro Silva e Derlei a desfalcarem por grande parte da época sectores em que a equipa se mostrou... deficitária: as laterais e o ataque), e do (sub) rendimento de peças fulcrais (como Miguel Veloso, João Moutinho e até Liedson). Seguiu-se o desfalque de uma figura aglutinadora no futebol - que não o líder do balneário, o técnico - que resguardasse Paulo Bento do desgaste a que esteve sujeito, o desfalque da confiança e tolerância dos adeptos, o desfalque dos resultados e nível exibicional da equipa. Houve o desfalque de uma estrutura da SAD tida por una e revelada incongruente (ou, pelo menos, insuficiente) para com as necessidades com que o grupo de trabalho se deparou. Além de todos os desfalques, apesar deles, ou por eles, incompreensível é o desfalque de brio e ambição com que a equipa - se não invariavelmente, pelo menos, recorrentemente - inicia jogos supostamente mais acessíveis. Se, com tanto desfalque, o Sporting estiver desfalcado de atitude, não há equipa que resista...

Crónica de MÁRIO DUARTE em O JOGO

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