quinta-feira, dezembro 11, 2008

Francisco Stromp

Em dia de entrega dos prémios Stromp...

Aqui fica a Biografia e Carreira :

Nasceu em Lisboa e aos três anos adoeceu e por isso foi aconselhado a mudar a sua residência para um local onde pudesse respirar ar puro, por causa disto a sua família mudou-se para o Lumiar, local onde cresceu e conheceu entre outros o neto do Visconde de Alvalade, José Holterman Roquette.
Foi colega de carteira de Mário de Sá-Carneiro no Liceu Camões e referem-no como um aluno aplicado e que seria até uma referência na instituição, sabe-se que sua a dedicação ao Sporting roubou-lhe um curso de engenharia no Instituto Superior Técnico[1].
O seu grupo de amigos, entre os quais se incluíam os seus irmãos António e José, resolveu formar um clube, o Campo Grande Football Club, este clube não era apenas um clube desportivo como também era um clube recreativo, estas duas posições confrontaram-se no dia 12 de Abril de 1906 num piquenique em Loures, ocorrendo uma cisão da qual originou uns meses mais tarde o Sporting Clube de Portugal[2].
Em 1908, Francisco Stromp, então com dezasseis anos, estreou-se na equipa principal do Sporting, equipa essa a que pertenceu até à época de 1923/24, actuando como médio direito e a avançado centro jogador de magníficos recursos foi o primeiro grande capitão e treinador de futebol do Sporting Clube de Portugal
O Sporting Clube de Portugal, fundado em 1906, conquistou o primeiro título de Campeão de Lisboa em 1915 e em 1923, no mês de Maio, festejou o título pela quarta vez, com Francisco Stromp que na altura era o capitão-geral do futebol.
Diziam os companheiros que ele era a alma da equipa, apelava ao sportinguismo de todos, e fazia-o de tal forma que conseguia sempre unir o grupo. Como capitão, tinha como competência, para além de liderar o grupo, enviar postais convocando os colegas para os treinos e para os jogos, para além de ter sido a alma da equipa, foi ele o principal impulsionador do Sporting quando o clube dava os primeiros passos, tendo-se tornado no principal ídolo dos adeptos leoninos e viveu o Sporting como poucos comportando-se como qualquer sócio ou atleta.
Também foi militar, sendo que era alferes da Escola de Oficiais e Milicianos de Cavalaria, no Forte da Ameixoeira, ainda esteve acampado em Monsanto, envolvido na preparação do golpe para a restauração da monarquia, em 1911, liderado por Paiva Couceiro, mas foram vencidos e por isso passaria dois meses na prisão de um quartel de Queluz, e não jogaria contra o Benfica, na vitória do Sporting por três a um no Campo Grande, haveria de regresar num jogo contra o Império em Palhavã, também com uma vitória de um a zero em que actuou na baliza[3].

Francisco Stromp com uma das primeiras equipas do Sporting, está sentado no chão ao centro.
Respeitado por companheiros e adversários deu igualmente, nas vistas pelas suas qualidades de simpatia, cavalheirismo e "fair-play" e atleta de eleição (foi também campeão nacional do disco pelo atletismo do clube), comandou a equipa campeã de Portugal em 1923, marcando o primeiro golo da final, jogou cento e sete partidas de leão ao peito, sendo capitão durante dez anos.
Ao exército seguiu-se a entrada no Banco Ultramarino, local onde, subiu rápido na estrutura, mais tarde tornou-se treinador, enquanto também era jogador[4] durante pelo menos dez épocas, bem como foi duas vezes Vice-presidente do Sporting.
Mas a doença, a sífilis, seria a sua sentença de morte, o pai médico famoso detectou-lhe o mal quando o surprendeu a querer comer a sopa com um garfo, devido ao seu estado os erros no banco avolumavam-se[5].
A 1 de Julho de 1930, com trinta e oito anos morre de forma trágica, no dia em que o Sporting fazia vinte e quatro anos, levantou-se cedo, mas em vez de ir para o Banco Ultramarino, como sempre ia, tomou o caminho da Estação de Comboios de Sete-Rios, quando se apercebeu do comboio, despiu o casaco e correu para ele de braços abertos, assim se suicidou o primeiro grande capitão e treinador do Sporting.
Para trás, a nível desportivo ficaram chamadas à Selecção de Lisboa entre 1914/1917 e entre 1920/1922, foi chamado em 1913 para representar o futebol português no Brasil, somou ainda vinte e cinco internacionalizações.
Ficou sócio perpétuo n.º 3 (sendo que este número nunca mais passará para outra pessoa), para além disso foi-lhe prestada uma homenagem póstuma em 1990, tendo-lhe sido atribuída pelo Governo, a medalha de mérito Desportivo.
O seu nome é também ligado ao equipamento original do Sporting e ainda tem o seu nome associado ao mais alto galardão atribuído pelo Sporting, os prémios Stromp, que distinguem entre outros o melhor atleta, treinador, dirigente e futebolista.
Cem anos volvidos, está ainda por descobrir que tipo de carga social tinha esta figura emblemática do universo leonino, não só em termos desportivos, designadamente no âmbito da equipa de futebol, mas especialmente em termos globais, pois para além de estar fundação do Sporting esteve envolvido neste clube como jogador, atleta, dirigente e como grande adepto.


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